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Cobra-poraquê (parte I)

Thayná Cristina

No seio da alma veio a inspiração

Foi no meio de dias truculentos

Onde os encantados vieram

Em forma de intuição

Cobra-indígena, três cores

Que se choca internamente

Que dá choque

Que machuca mais a si

Preta, vermelha e branca

Como a minha ancestralidade

Como serpente, Iansã e Oxumarê

Essa foi a primeira

Fina, iniciando o processo de troca

Troca de pele dolorosa

Rasgava não só a superfície da epiderme

Mas a alma já cansada

Envenenada

Veneno de cura

Que doeu, roeu, moeu

Corroeu no fundo

No âmago

Medicina da floresta

Que transmuta

Cobra-poraquê (parte II)

Thayná Cristina

Num frenesi Intuitivo

Ainda em dias truculentos

Encantados percorrendo

Meu corpo sem cessar

A pele a descamar

Iansã era poraquê

Serpenteando com escorpião

Oxumarê cobra coral

Tricolor ancestral

Rasgando minh'alma

Rasgando a carne

Renasce, renasce

Deixa o nervo soltar

Se deixa envenenar

Se deixa transmutar

Vai doer, mas vai parar

Vai doer, mas vai soltar

Vai doer, mas vai passar

Deixa rasgar

Deixa sangrar ...

Processo de expurgar

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Cobra-poraquê (parte III)

Thayná Cristina

Fez-se forte

 

Após tremer

 

Ter medo de crescer

 

Fez-se amor

 

Após o torpor

 

E o medo do esplendor

 

Fez-se bela

Após a escapela

 

E o medo de ser ela

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