Cláudia A. Flor D'Maria apresentou a perfornance poética "Arquivos da Terra" no I Festival e Feira Cultural dos povos indígenas do Amapá e Norte do Pará. O evento foi organizado pelo Exército Brasileiro, governo do estado do Amapá, governo federal, secretaria dos povos indigenas do Amapá, instituto akari , IEPE , com apoio do Senador Randolfe Rodrigues e outros parceiros.
" O Festival é um momento muito especial, porque pela primeira vez no estado do Amapá, foi realizado um evento somente de cultura de nossos povos indigenas, onde a literatura, a dança, o artesanato e o teatro foram evidenciados, visibilizados. Nós mostramos que estamos presentes em outros espaços além das aldeias. E sim. Somos artístas, professores, médicos, empreendedores, promotores de cultura, artístas plásticos, atores, atrizes e outros profissionais. Somos RESISTÊNCIA a 523 anos. E fazer parte dessa luta junto com meus parentes é muito importante. O Brasil é TERRA INDIGENA" diz a Flor D'Maria.
Flor D'Maria é bis neta, neta e filha do povo Itakuera, que vive no interior da Amazônia Paraense, nascida em território Tucuju, ela é ativista indígena,poeta, escritora, pesquisadora, e faz parte do mulherio das letras indigenas nacional e é professora de literatura do Instituto Federal do Amapá- IFAP. É mestre em ensino e doutoranda em ensino, na Universidade Vale do Taquari- UNIVATES/RS. Integra o Coletivo Nacional Mulherio das Letras Indígenas e o Coletivo Juremas (AP). Em 2022 participou do Álbum Bibliográfico:Guerreiras da Ancestralidade, coletânea composta somente de escritoras indigenas pelo Mulherio das letras Indigenas e patrocinado pelo Instituto Elas. O livro foi distribuido gratuitamente nas redes públicas de Ensino e pode ser baixado em forma de E-Book
https://drive.google.com/file/d/1FSSIIiUz9H9XEb4tDK2Yz7S_c_c4uNYC/view?usp=drivesdk
" Acredito que é urgente que a literatura indigena ocupe os territórios escolares e não escolares. Os não indigenas precisam conhecer nossas narrativas e nossos saberes culturais contados por nós mesmos. Como professora e ativista indigena sempre procurei mostrar isso para meus alunos e outros segmentos da sociedade civil. E hoje fico grata à Deus, nosso grande espirito e as forças da mãe terra que as pessoas estão querendo conhecer e aprender nossa cosmologia".
A obra em questão já está catologada na Biblioteca da ONU- Organizações das Nações Unidas.
A carreira de Flor D' Maria iniciou em 2013 com seu livro de crônicas Remanso das Águas; em 2016 participou da antologia Protagonismo feminino em versos e prosa pela Rede de Escritoras Brasileira (REBRA);2017 veio o livro de poesia Versos Insanos, participou de várias coletâneas de poesia e prosa entre elas: Pandemia contos, crônicas e poesia(2020), memórias de um apagão(2020), organizados pelo saudoso Mauro Guilherme. E logo, logo a escritora e poeta terá novidades na literatura infantil para 2024.
" Tenho o maior orgulho e gratidão de ser Indígena Itakuera e Tucuju. Lutar contra o processo de silenciamento e apagamento de nossa cultura indígena é uma batalha diária. Resistir ao preconceito e ao Racismo instrutural que a sociedade colonial nos impõe não é uma opção para nós, indígenas, é a unica alternativa para termos nossos direitos garantidos de ser o que somos : Indígenas. O Brasil é Terra Indígena. E faço da literatura a força , a voz e a potência de meu povo."
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