A Demanda do Saber | por R. F. Raiol
- Silvio Carneiro
- 21 de mai.
- 2 min de leitura

Muita coisa nesse mundo foi pensada para confundir. Isso não quer dizer que somos burros ou que existe um manipulador malvado nos bastidores (particularmente falando, acredito que há). A questão é que toda confusão é uma consequência planejada quando o comportamento humano é manipulado. Inventaram um ciclo vicioso e todos quiseram comprar.
O ser humano mediano tenta descobrir sozinho a resposta mais simples para os seus problemas, mas ele não consegue ficar com a resposta para si mesmo porque, por mais boa que pareça, sua auto-estima diz que é paliativa. “E por acaso auto-estima importa?”, perguntou-se o caboclo.
Existem centros de pesquisa pelo mundo inteiro, faculdades focadas em inovação, inventores independentes (ou não) e pensadores tentando reorganizar as demandas do saber, todos transformando tudo em algo mais simples para o ser humano medíocre realizar suas vontades. O que sobra para o betinha? Resta aceitar a vida construída por desconhecidos ao seu redor, capturando cada boa opção como única, e moldando seu palácio com sucata.
O grande ponto é: num mundo que cresce muito rápido, o ser humano aprendeu a acumular saberes intelectuais e habilidades essenciais porque estava tudo disponível numa escala sem igual. Existe muito de tudo e estão trazendo cada vez mais com diferenças pequenas ou com diferenças absurdamente complexas e brilhantes (imagine se você teria acesso a isso). Agora, o que fazer com tantas opções? Admirar-se, avaliar, selecionar, guardar, esquecer… Principalmente esquecer. Quando fomos perceber, surgiu um baú repleto de boas opções sem utilidade prática porque acreditamos que teríamos conseguido achar utilidade para tudo. E não se esqueça que tem mais chegando. Ninguém pode perder a próxima grande invenção! Estamos nos tornando escravos das opções, estamos empobrecendo nosso espírito com as possibilidades do ser, ao invés de buscar utilidade para a alma.
Não se engane achando que não existe ansiedade para todo mundo. Sempre tem um pouco para cada um. Sempre encontram um jeito de inventar alguma coisa nova. E se houver escala? Ótimo! Porque o lucro aparece quando ficamos cada vez mais doidos. Desde que fiquemos mais doidos.
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