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Encontro dos Tambores movimenta o Mês da Consciência Negra

  • juliarojanski
  • há 14 horas
  • 3 min de leitura

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O Amapá vive mais uma edição do Encontro dos Tambores, um dos maiores festivais multiculturais da região Norte e símbolo da resistência e da identidade afro-amapaense. Reconhecido como patrimônio cultural imaterial do estado, o evento reafirma, ano após ano, a força das tradições negras e sua contribuição histórica para a formação cultural do Amapá.


Realizado no Centro de Cultura Negra Raimundinha Ramos, no bairro do Laguinho, em Macapá, o festival segue até o dia 26 de novembro, com uma programação extensa que envolve rituais afro religiosos, músicas, debates e manifestações populares. Tradicionalmente realizado durante o Mês da Consciência Negra, o Encontro dos Tambores reúne grupos de marabaixo, batuque, zimba, sairé, hip-hop, reggae, capoeira, samba e povos de terreiro, integrando comunidades tradicionais de diferentes regiões do estado.


Em todos os dias de programação, o tambor se destaca como símbolo central, instrumento que, para os organizadores, representa união, memória ancestral, resistência e comemoração da cultura afro-brasileira presente no Amapá.


Além das apresentações culturais, o festival dedica espaço à formação política e social, com rodas de conversa, oficinas, palestras e atividades nas escolas. A proposta é provocar reflexões sobre racismo, discriminação social e intolerância religiosa, ao mesmo tempo em que fortalece a identidade e a ancestralidade negra, especialmente entre as gerações mais jovens.


Programação começou dia 15 e segue até 26 de novembro


O Encontro dos Tambores abriu sua programação no sábado, 15 de novembro, com obrigações religiosas às 6h, seguidas pelo Tambor da República e a Gira de Exu à noite, dando início aos rituais que marcam o vínculo espiritual do festival com a herança afro-amapaense.


No dia 16, a programação foi dedicada ao hip-hop griot, com atividades ao longo do dia e rodas de conversa em escolas estaduais, aproximando a juventude das discussões sobre cultura, identidade e arte urbana.


Hoje, segunda-feira, 17, acontecem exposições, batalhas de breaking e rimas, performances solo e atividades de graffiti ao vivo. A noite se encerra ao som do reggae, reforçando a presença da cultura de matriz africana em múltiplas linguagens musicais.


Rituais, marabaixo e grandes apresentações marcam o dia 18


O dia 18 de novembro traz uma das programações mais intensas do festival. A manhã inicia com a Oficina de Trança e Barro, seguida por confecção de bijuterias. No período da noite, o público acompanha o Ritual dos Orixás (Pai Silvino), apresentações de grupos de capoeira, o grande Espetáculo de Abertura e o tradicional Rufar dos Tambores, marcando oficialmente o início das atrações no palco principal.


Ao longo da noite, passarão pelo festival grupos como Baraká, Herança dos Ancestrais, Mina Nagô (Terreiro Santa Bárbara), São José do Mata Fome, Conceição do Formigueiro, Raízes do Bolão, São Raimundo Nonato, além do show da Banda Afro Criaú – Afro Brasil, que encerrará a noite às 0h30.


Atividades culturais e disputas tradicionais seguem durante toda a semana


Entre os dias 19 e 23, o festival traz rodas de conversa sobre educação patrimonial, oficinas de tranças, batalhas culturais, desfiles, concursos e apresentações de marabaixo, batuque e hip-hop. Destaques incluem o Afro Fashion Amapá, o Concurso Mais Bela Negra, Mais Belo Negro e Diversidade, e a Caminhada Zumbi e Dandara, realizada no dia 20, data em que também ocorre a Missa dos Quilombos e diversas apresentações de grupos tradicionais.


No dia 21, oficinas sobre gengibirra e caixas de marabaixo se unem às performances de batuque e marabaixo. O final de semana, dias 22 e 23, concentra rodas de conversa, oficinas, hip-hop, sairé e marabaixo de várias comunidades, além de shows locais como Pegada de Gorila e Carlos Piru/Cafu Rota Samba.


Últimos dias incluem DJs, shows nacionais e encontro de terreiros


A semana de encerramento segue com intensa programação. No dia 24, escolas recebem atividades formativas e grupos infantis de marabaixo ganham espaço no palco, além de apresentações musicais com DJs e a banda Tambores Tucujus.


No dia 25, ocorre o tradicional corte do bolo da UNA e uma sequência de shows de samba, seguidos da grande atração nacional da noite: Cacique de Ramos, encerrando a festa por volta da 1h da manhã.


O festival se encerra no dia 26, com o Casamento Comunitário Afro-Religioso, às 16h, e o 2º Encontro das Comunidades Tradicionais dos Terreiros do Amapá – Fé e Resistência, que ocupa a noite inteira, das 21h às 2h.


Símbolo de resistência e afirmação da cultura afro-amapaense


O Encontro dos Tambores é um ato político e cultural que reafirma a presença e a força da população negra no Amapá. Ao integrar fé, música, dança, ancestralidade e debate social, o evento mantém vivas tradições que atravessam gerações e reforça o compromisso da sociedade amapaense com a luta antirracista, a valorização cultural e o respeito aos povos de terreiro.


Com sua mistura de espiritualidade, arte e resistência, o festival se consolida como um dos principais pilares da identidade negra na Amazônia brasileira.

 
 
 

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