A força da coletividade
- Silvio Carneiro
- há 19 horas
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Atualizado: há 1 hora

Texto: Lulih Rojanski
É sempre inspirador testemunhar quando um segmento artístico se coloca em movimento, pulsando em sintonia com o tempo e com sua gente. A arte, quando vivida em comunhão, transcende a simples produção estética e torna-se ponte, elo e caminho para uma sociedade mais sensível e consciente.
Ver artistas se integrarem, partilharem experiências e afetos, abrirem espaço para o outro e se disporem ao diálogo é algo que vai além da cena cultural, é um gesto político, é afirmar que, mesmo diante de diferenças, há sempre um terreno fértil onde floresce o ideal comum: a valorização da cultura e a preservação de identidades.

A III Feira Popular de Livros de Macapá, realizada pelo Movimento Afrologia Tucuju, é uma prova desse espírito de união. Mais do que um evento, ela representou um ato coletivo de resistência e comunhão, em que vozes se encontraram para reafirmar suas raízes, sua criatividade e a força da palavra. A literatura, nesse espaço, foi oralidade, memória, canto, corpo presente em movimento.
Num tempo em que tantas divisões marcam nossa sociedade, é alentador perceber que, no campo da literatura, há quem escolha o caminho do encontro e da partilha. A Feira se consolida como um espaço de troca verdadeira, em que artistas e público se reconhecem, se inspiram e se fortalecem mutuamente.
Por isso, deixo aqui meus cumprimentos ao Movimento Afrologia Tucuju e a todas as pessoas envolvidas na organização da Feira (Negra Áurea, Ivaldo Souza, Márcia Galindo, entre outras). Tenho certeza de que tudo foi feito com a energia do amor. Que iniciativas como essa sigam firmes, porque a arte é um território de afeto e de luta, onde o coletivo se sobrepõe ao individual.
Eu sigo sonhando.

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