Não pense o leitor que este é um livro fácil como geralmente têm sido os últimos romances que se destacam nas famosas listas de “mais vendidos”. A história que você terá em mãos não se permite cair na superficialidade contemporânea que graça na literatura de nossos dias. É como se Platão tivesse escrito o seu Banquete enquanto tomava um chopp gelado em pleno calçadão de Copacabana acompanhado de Nietzsche, Virginia Woolf, Freud e James Joyce. Mathias de Alencar consegue, através de sua Bárbara, trazer a filosofia (ou, antes, a “falosofia”) para o cotidiano brasileiro, classe média, pequeno-burguês e suas questões. Neste modelo de sociedade ainda extremamente conservador e falsamente progressista em que estamos inseridos, certamente uma mulher que goza e que sobretudo pensa o gozo enquanto modus vivendi, poderá causar alguns choques. Só por isso, Bárbara já se faz leitura obrigatória para homens e mulheres de todos os tempos.