Sarau Veraneio abriu Macapá Verão 2025 com noite de arte, ancestralidade e comemoração amazônica
- juliarojanski
- 4 de jul.
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Na última quinta-feira (3), o Cine Teatro Territorial se transformou em um reduto de poesia, música e ancestralidade com um evento que faz parte da programação de abertura do Macapá Verão 2025. O Sarau Veraneio, em sua segunda edição, trouxe uma noite vibrante e inesquecível para os amantes da cultura amapaense, reafirmando seu papel como espaço de criatividade e resistência artística.
Com curadoria e produção de Negra Aurea e Cricilma Ferreira, o evento atraiu artistas de diversos segmentos que lotaram o auditório do teatro. A abertura ficou por conta de uma grande exposição coletiva que ocupou os corredores do espaço com livros, pinturas, fotografias, ecobags e arte afro-amazônida. Nomes e coletivos como CLIAP/FLIT, Mulherio das Letras Amapá, Editora O Zezeu, Clube de Leitura Café Literário, Projeto Café e os Poetas, Imagem e Cia., Iran Marinho, Afrologia Tucuju, entre outros, deram o tom da diversidade cultural presente no evento.
O ponto alto da noite foi o lançamento do videoclipe “Fruta Mãe”, de Negra Aurea, com direção de Maurício da Silva, da Macondo Produções. A obra audiovisual emocionou o público com sua homenagem à vida ribeirinha e ao açaí, símbolo da identidade alimentar e espiritual do povo amazônida. Exibido ao fim da programação, o clipe coroou uma jornada sensorial que já vinha sendo marcada por cada intervenção artística.
Antes disso, o público foi conduzido por um roteiro intenso de recitais, shows e performances. O vídeo institucional “Macapá Veraneio” abriu a programação artística, seguido por apresentações marcantes como os recitais líricos do Tatamirô Grupo de Poesia, grupo Café Literário e Café e os Poetas, as batidas intensas de Kazumba Akelê e o teatro engajado do grupo Andiroba, com Paulo Alfaia.
A literatura negra teve presença forte com o grupo Afrologia Tucuju e o Tatamirô, que levaram ao palco versos de resistência e ancestralidade. O Mulherio das Letras Amapá - Grupo Matinta Perêra animou plateia com a performance “Ciranda das Matintas”, que homenageou as guardiãs das narrativas populares, enquanto Cricilma Ferreira trouxe as suas “Histórias da Beira do Rio”, preparando o terreno para o aguardado lançamento de “Fruta Mãe”.
O Sarau Veraneio foi um território de encontros e pertencimento. Entre os batuques de tambor e os murmúrios poéticos, o público experimentou a potência de uma arte feita com raízes profundas e olhos voltados para o futuro. Produzido com o apoio da jornalista e poeta Mary Paes na assessoria de imprensa, o Sarau manteve seu caráter gratuito e acessível, reafirmando o compromisso com a democratização da cultura.
A primeira edição, realizada em julho de 2024, já havia deixado sua marca. Agora, a edição de 2025 consolidou o sarau como um grande momento esperado do calendário cultural de Macapá. Como definiu uma das espectadoras ao fim da noite: “Aqui, a gente não só assiste, a gente sente. É como se a arte falasse a nossa língua, tocasse nosso chão e contasse nossa história”.
O Macapá Verão 2025 está apenas começando, mas o Sarau Veraneio já garantiu seu lugar como a alma poética dessa estação.
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