top of page

Museu Kuahí se prepara para reabertura

  • juliarojanski
  • 21 de mai.
  • 2 min de leitura

Oiapoque, AP — À beira da fronteira norte do Brasil, onde o rio Oiapoque desenha os limites do país, um espaço de memória, luta e identidade indígena está prestes a reabrir suas portas com novo fôlego e ainda mais significado. O Museu Kuahí, dedicado aos quatro povos indígenas do Oiapoque — Palikur, Galibi Kalina, Karipuna e Galibi Marworno —, passa por uma reforma estrutural e deve ser reinaugurado ainda este ano.


O Museu Kuahí nasceu do desejo dos povos indígenas do Oiapoque de ter um espaço próprio para preservar e valorizar sua cultura, após perceberem que seus artefatos estavam em museus no exterior. A ideia, iniciada nos anos 1990, ganhou apoio do governo do Amapá e da Funai, e o museu foi inaugurado em 2007. Após sete anos, precisou ser fechado por problemas estruturais e agora se prepara para reabrir com uma nova fase. Sob a liderança de Kássia Lod, primeira mulher a dirigir o museu, o Kuahí reafirma seu papel como espaço de memória, educação e luta pelos direitos indígenas.


Hoje, o museu é gerido por uma equipe de 16 indígenas formados especificamente para atuarem nas mais diversas áreas, da curadoria às ações educativas. A nova estrutura contará com salas de exposição, biblioteca, auditório, espaço audiovisual, área para oficinas pedagógicas e uma loja onde serão vendidos produtos artesanais feitos pelos próprios indígenas — uma importante fonte de renda e valorização cultural.


E tem novidade vindo por aí: com a reabertura, o museu terá um espaço dedicado exclusivamente à arte indígena contemporânea, reafirmando que a cultura dos povos originários não está congelada no tempo.


O Museu Kuahí, além de ser uma casa da memória, será também uma morada viva das vozes indígenas do Oiapoque, um ponto de encontro entre tradição e futuro, um lugar onde os saberes ancestrais encontrarão espaço para continuar florescendo.


Kuahí vai reabrir. E com ele, se abre também um caminho de reconhecimento, protagonismo e resistência indígena no extremo norte do Brasil.

 
 
 

Comments


bottom of page